Nova diretoria, lideradas por mulheres, toma posse na Amatra 13

Após 16 anos, as mulheres retomam o protagonismo na entidade representativa dos magistrados do Trabalho na Paraíba, a Amatra 13. Na tarde desta quarta-feira tomou posse a nova diretoria, em solenidade realizada no auditório do Eco Business, onde a sede da entidade está instalada. A nova presidente é Nayara Queiroz, que substitui Marcelo Carniato. Ela tem como vice Maria das Dores Alves. Nayara é a terceira juíza a assumir o cargo – a primeira foi Ana Maria Madruga, e a segunda, Herminegilda Leite. A Anamatra prestigiou a cerimônia através de sua representante, Rosarita Caron.

A nova diretoria executiva é composta, ainda, por Veruska Sá (diretora de Prerrogativas), Carlos Hindemburg de Figueiredo (diretor financeiro), Larissa Leonia Albuquerque (diretora secretária), André Machado (diretor de Direitos Humanos) e José Marcos Farias (diretor de aposentados).

A diretoria adjunta é composta pela diretora da Esmat 13, Poliana Sá; pela vice-diretora dessa escola, Mirella Cahu, e pelo diretor de Esportes, George Falcão. No Conselho Fiscal foram empossados Maria Íris Bezerra, Rafaela de Sá e Benevides, Rodrigo Anderson Oliveira e, como suplente, Alisson Lucena.

Discurso de posse

Em seu discurso de posse, Nayara Queiroz parabenizou Carniato “pelo modo aguerrido, democrático e firme com que esteve à frente da associação”, e fez questão de enfatizar a importância do movimento associativo na defesa das prerrogativas da magistratura e da instituição Justiça do Trabalho.

Ela lembrou que há anos a Justiça do Trabalho vem sendo alvo de investidas midiáticas e de interferências políticas que visam enfraquecer a instituição e atingir a magistratura, seja mitigando a sua competência, seja afrontando a sua independência funcional.

“Diversas atuações dos mais variados órgãos de poder vêm sendo protagonizadas para violar a autonomia administrativa e financeira do Judiciário prevista na Constituição Federal, asfixiando o orçamento e criando obstáculos à gestão dos Tribunais do Trabalho. Nesse cenário, aprofunda-se o valor do coletivo e amplia-se a importância da atuação das associações de classe para o resgate da valorização da categoria”, salientou.

Frisou, ainda, ser fundamental investir na qualificação e valorização da Justiça do Trabalho e de seus magistrados ativos e inativos, bem como no melhoramento das condições de vida, de trabalho e de remuneração. “Para tanto, nos engajaremos em frentes que lutam para o fortalecimento da categoria”, prometeu.

Importância do associativismo

O ex-presidente Marcelo Carniato começou seu discurso dizendo que toma a luta coletiva como missão de vida, e lembrou seu tempo de estudante, quando esteve à frente do DCE da universidade onde estudou.

“A luta associativa nunca é fácil, são mais portas fechadas do que abertas, mas a Amatra 13 tem enfrentado com obstinação os desafios. Jamais pecamos por omissão. Saio da presidência da Amatra 13 com a sensação do dever cumprido e com esperança e certeza de que a nova diretoria, liderada por mulheres, terá uma gestão exitosa. Pelo perfil conciliador da nova presidente, tenho convicção de que ela será uma grande líder”, frisou.

A agora desembargadora do Trabalho Herminegilda Leite, representando o Tribunal Regional do Trabalho, comentou sobre o protagonismo das mulheres na nova diretoria e os desafios da luta associativa. “As associações constituem espaço de luta contra a exclusão das garantias asseguradas à magistratura. As reformas que atingiram as regras de aposentadoria criaram várias categorias dentro dessa grande categoria da magistratura, o que é desestimulante (…). Agora, depois de longos anos, as colegas que sempre atuaram nos bastidores do movimento assumem o comando da associação. Estava mais do que na hora “, destacou

A representante da Anamatra, Rosarita Caron, reforçou que este é o momento das juízas assumirem as direções das associações regionais, e apelou para a união e ajuda de todos os magistrados na luta por suas prerrogativas. “Precisamos estar sempre unidos. Vivemos um momento histórico difícil. Por isso, vale a máxima ‘ninguém larga a mão de ninguém’. Vale a pena lutar”.

O procurador do Trabalho Carlos Eduardo, representando o Ministério Público do Trabalho, falou da relevância e imprescindibilidade do trabalho associativo. Felicitou a gestão de Marcelo Carniato, “que termina deixando um profícuo trabalho”, e a nova diretoria, “já antevendo o sucesso dessa equipe. Vida longa à Amatra 13”, saudou.